A Rede Globo de Televisão, fundada em 1965 pelo jornalista Roberto Marinho (1904-2003), sempre deteve uma força grande no Brasil, além de durante muitos anos ser dona do monopólio de comunicação. Mas a força da Globo não se restringia apenas à área de comunicação. Chegava mesmo aos âmbitos políticos. A emissora apoiou o Golpe Militar de 1964. Conta-se também que as grandes decisões no Brasil nunca foram tomadas sem o consentimento de Roberto Marinho.
Nos últimos anos, a Globo vem caindo em audiência, mas ainda detém considerável liderança no Ibope. Em 1989, foi acusada de prejudicar Lula em favor de Fernando Collor em um debate nas eleições presidenciais daquele ano. Collor foi eleito, subiu ao poder, confiscou poupanças e a Globo deixou de apoiá-lo. Resultado, o afastamento. O impeachment.
Nos governos seguintes, a emissora detinha sempre uma simpatia pelo programa político do PSDB, embora que no governo de Lula, a sua concessão foi renovada.
Mas agora, temos um presidente que a Globo não simpatiza com ele. Abriu guerra contra Bolsonaro, que por sua vez, acena aos maiores concorrentes, Record TV e SBT. Por sinal, o dono da Record TV, Bispo Edir Macedo, declarou apoio a Bolsonaro antes mesmo do fim do primeiro turno.
O sonho de Macedo é acabar com a Globo, a parece ter encontrado em Bolsonaro um grande aliado. Mas a Globo promete - e cumpre - uma munição pesada, tanto que o caso Coaf, envolvendo Flávio Bolsonaro, um dos filhos do presidente, mexeu nas estruturas do Governo, uma vez que até os militares têm cobrado explicações de Flávio sobre o assunto.
Para muita gente, "peitar a Globo" não é um bom negócio. Tal coisa até custou a carreira de muitos políticos. Mas o atual presidente parece ter escolhido esse caminho. Só o tempo dirá se ele conseguirá vencer a emissora que é famosa por "eleger e derrubar presidentes".
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